Aug 8, 2009

Alguns conseguem...Ser negro no Brasil

Cena antológica, 1977, EUA

Sempre fui do contra a tudo o que diz respeito às cotas raciais em universidades e estabelecimentos de ensino público no Brasil. Sempre achei que a inclusão se faz através da ampliação dos benefícios e não da exclusão de parte dos beneficiários. Sem falar que no Brasil, o pobre é o que mais sofre, seja ele de qual cor for.

Continuo achando isso. Porém, depois de uma observação mais critica da nossa realidade atual, refletindo melhor sobre o assunto e sobre o universo ao meu redor, percebo que as coisas não são bem assim. Há racismo no Brasil e ele deve ser combatido através das famosas “ações afirmativas”.

Ação afirmativa é quando você reage a uma norma ou realidade vigente mudando as regras do jogo. Neste caso, estamos falando sim de cotas, de inclusão, de favorecimento dos negros do país. Em detrimento de todo o mal causado pela escravidão? Sim, por que não? Mas não só isso. Precisamos punir o jeito fingido que o brasileiro trata o que não interessa à sua elite. O preconceito de classe também merece ser tratado, mas o do negro é realmente dilacerante.

O negro é sim discriminado hoje, mas na surdina, quase que na brincadeira. Basta ver as seleções de RH para grandes empresas. Basta ver os números de renda e emprego. Basta ver o simples fato de não haver afrodescendentes em pacotes turísticos, em restaurantes caros, dirigindo carros importados (sem ser motoristas).

Basta realizar que a exclusão é flagrante, só não percebe quem não quer. É a melhor forma de resolver? Não. Mas suscita o debate, as pessoas passam a enxergar o que até então é invisível.

3 comments:

  1. As cotas são um mal necessário, por enquanto.
    O ideal seriam as cotas para aqueles comprovadamente pobres, mas é fato que a maioria dos pobres são negros.
    Enquanto não se dá educação de qualidade a todos para que se possa competir num vestibular de igual para igual, o melhor é mesmo esse sistema de cotas...
    Mas espero que não por muito tempo.
    Acho legal bolsas de estudo para pobres, mas que eles entrem em pé de igualdade num vestibular concorrendo com todos igualmente.

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  2. Uma frase que resume bem o que eu penso:
    "para ser respeitado, é preciso SE RESPEITAR primeiro."

    aBS.

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