Dec 28, 2008

Alguns conseguem...celebrar

Típica família americana comemorando o Natal

Segundo o dicionário, celebrar significa exaltar, louvar ruidosamente, cumprir solenemente um ritual religioso. Dissecando um pouco mais essa palavra, e mais ainda, o conceito, chegamos a um impasse: Quem comanda uma data comemorativa? O cérebro, uma divindade?Quem está por trás disso?Bom, não sei se teremos uma resposta, mas o importante é questionar.

Não me esperem ouvir falar mal do Natal e das festas de final de ano ou de qualquer outra. Elas têm a sua função. No caso do Natal, aproxima as famílias distantes, deixa as cidades mais bonitas - coisa necessária em algumas metrópoles brasileiras - Além de aquecer a economia. No entanto, se o mundo fosse só isso, estaríamos felizes, como vacas de presépio.

O mundo ocidental segue uma lógica invisível, uma orquestração para que tudo se mantenha sob controle. Controle social. E isso é mais forte do que a Igreja Católica (eventual culpada por tais eventos) e muito mais forte do que a própria cristandade. Antropólogos poderiam explicar melhor, mas não só eles, economistas, filósofos, cientistas etc. A força das celebrações de massa – especialmente o Natal, a maior delas – é algo alquímico, algo que ultrapassa os limites do nosso entendimento. Um processo que vem se desenrolando há séculos e que pra onde ninguém sabe. Alem do bem ou do mal, é bom termos apenas consciência do que isso significa, mesmo que pra isso montemos o nosso núcleo particular de resistência – não apenas aos eventos, mas à mediocridade vestida de paz.

Dec 7, 2008

Alguns conseguem...admirar

Louis Garrel, ator francês sensação....Alguém para se admirar até quando?

Há uma certa inocência na admiração. Penso nos meus heróis da infância e juventude e percebo uma certa fragilidade no critério que me fez valorizar algo neles. Sendo anacrônico, nenhum deles era o que eu pensava que fosse. Nem tão inteligentes, nem tão interessantes, nem muito menos talentosos, estavam apenas no lugar certo para a pessoa errada, eu . Excluindo-se pais, professores, tios e personagens da TV, que são adorados in natura, dificilmente continuamos a admirar algo ou alguém por muito tempo ao longo de nossa vida.

Seja por desgaste natural dos nossos objetivos - ídolos são meras materializações de objetivos - seja mesmo por cansaço e decepção. Querer acreditar que alguém nos supera é algo meio que necessário para que consigamos lhe superar. Quando esta permanece por muito tempo sem superação, algo de estranho está no ar. Nada contra.

É interessante que os nossos astros “amadureçam” junto com a nossa experiência humana. Não há nenhum problema em ler Paulo Coelho, se daqui a dez anos você chegará em Kafka. O importante é não parar, é não fazer dos ídolos muletas para alguma deficiência que ninguém consegue enxergar em você, só olhando o objeto que se venera.