Nov 22, 2008

Alguns conseguem...ser aceitos

À esquerda, Sean Connery em 007 Casino Royale , à direita, Daniel Craig, o novo 007. Dois exemplos de carismas diferentes dentro do mesmo personagem.

Vivo pensando o que faz uma pessoa aceita ou não no seu micro cosmo. Conheço exemplos diversos de sucesso profissional ou emocional. No entanto, consigo distinguir claramente quem venceu pelo lado técnico ou quem venceu “com a cara”.

Deixe-me explicar melhor. Quem não se lembra daquele nerd que sentava lá na frente na sala de aula? Sim, ele venceu. Hoje está com um bom emprego, concursado, feliz. Mas ele venceu como um bom técnico, como alguém que impõe seu conhecimento e está aí da maneira mais burocrática possível.

Do outro lado, temos o bad boy, o persuasivo, aquele que apenas sorri e todos o acompanham. Temos vários exemplos na literatura e no cinema.

Não sei qual muito bem qual é a seleção natural (caráter, personalidade, cultura) ou material (berço de ouro) que fazem as coisas serem assim, ou seja, as portas que se abrem ou se fecham para joão ou josé. Só concluo que as coisas se tornam mais fáceis quando encontramos do outro lado uma mão estendida e um sorriso aberto, um café quente ou roupa de cama lavada, alguém para nos ajudar, mesmo sem saber qual preço será cobrado depois.

Nov 9, 2008

Alguns conseguem...ser Dylan Thomas

O jovem Dylan Thomas

Bêbado ou desesperadamente embriagado é a imagem mais comum que fazemos de Dylan Thomas, poeta galês nascido em 1914 e morto em 1953 em NY. Seus poemas são incrívelmente tristes e desconsolados. Talvez por causa da vida que tenha levado desde cedo. Abandonou a escola, tornou-se jornalista e casou-se aos 22 anos com uma irlandesa que teria que sustentar pelo resto da vida junto com 3 filhos que teve.

Nada do que Thomas fez ao longo de sua vida pareceu dar certo. Vendia roteiros sub-valorizados para a BBC, que depois de certo ponto o rejeitou; era facilmente demitido dos empregos que arranjava. Morando em Londres, tentou ficar próximo dos amigos burgueses até quanto pôde, até que foi perdendo todos os hábitos que o ligava a esta classe , exceto um, a bebida. Um dia, em viagem a Nova York, chegou ao cúmulo de 35 doses de Whisky numa só noite, causando uma hemorragia cerebral, fazendo o morrer de eczema alguns dias depois aos 53 anos de idade.
Sua poesia não tem muito mistério, é só desilusão e saudade. Um trecho a seguir:

Rompe a manhã, senil
Semeada de escombros.

Perde-se o meio dia entre nimbos
Escura
Perde a tarde
Sabendo a cinza e sepultura.


O poeta carrega a noite sobre os ombros.