Oct 18, 2008

Alguns conseguem...ser americanos

Foto de mãe imigrante durante a grande depressão americana de 1929, foto de Dorothéa Lange

Estive nos EUA nas últimas semanas e algo que sempre me vem muito à cabeça é sobre o porquê dos EUA serem quem são. Pondo de lado as discussões econômicas, que ao meu ver, só deixam a conversa tendenciosa e também os assuntos políticos, que nos levam a ser maniqueístas com eles (sempre serão vilões), gostaria de abordar o ponto de vista humano, pra não dizer antropológico.

O que me encanta nessa nação é o impulso criativo que une a todos, o que me espanta é como tudo é duramente padronizado. Um bom e um ruim. Talvez os EUA seja o lugar perfeito para se ter uma grande idéia e ficar rico, talvez seja o lugar perfeito para ser negro e ser discriminado; não importa. Para o bem ou para o mal, é um lugar para se ser, para se acontecer. Para se experimentar, se jogar. Não existe tanto o ranço histórico que paralisa os europeus, nem a corrupção hemorrágica latina, herdada pelos seus bárbaros colonizadores. Isso deixa a coisa mais fácil para uma experiência humana.

Pode parecer clichê esse post, mas só queria mais uma vez trazer esse fato à tona, já que os EUA estão nas manchetes por causa da crise financeira e estarão nas próximas semanas por causa das eleições. Pode ser justo dizer que eles causaram a crise; é louvável que um negro poderá chegar à presidência. Um fato ruim e outro bom, respectivamente. Em um exemplo, a tendência é rejeitar o modelo, no outro, temos a aprender.

De um jeito ou de outro, seria bom deixarmos de ser hipócrita e reconhecer: temos que começar a aceitar o nosso status quo de young americans.