Informação para todos os lados. Foi assim na década de 90, ainda de forma incipiente, não universalizada e está sendo assim desde o início dos anos 2000, de ritmo cada vez mais frenético.
Mas para que precisamos de tanta informação? Para que precisamos falar tanto? Quem perde estando desatualizado? Repostas convincentes não temos.
Nesta era, há certa competição em torno de quem está mais “por dentro”. Seja por razões econômicas (a lei do mais apto), seja por razões de moda ou tendência. O fato é que todos precisam falar. “Have your say”, dizem os ingleses.
Não entrando no mérito de discutir se o que é dito é ou não é relevante, acredito ainda no silêncio. Na paz expressa pelo mínimo. Silêncio no sentido absoluto. Na “não-expressão”, na falta do que dizer, no muito a sentir.
Recentemente, estive experimentando a sensação de estar duas horas sentado numa cadeira olhando para uma desconhecida. Quer dizer, desconhecida minha, mas uma veterana para o grande público das artes plásticas. Participei da performance da artista iugoslava Marina Abramovic, no Museu de Arte Moderna de Nova York.
A experiência foi perturbadora. Além de incômoda, difícil de aguentar e dolorida. Interessante que depois de certo estágio de consciência, comecei a perceber um pouco da lógica que a leva estar ali o dia inteiro há três meses: a chance de pensar.
É o que acontece com a meditação. E quem medita sabe o quão valioso é o equilíbrio que se alcança quando se tem prática. Mas nisso tudo, a mensagem deveria ser: pense mais, divague mais, saiba mais quem é e o que faz nesta vida. Esteja mais só e menos individualista.