“As pessoas já não têm vontade de estar na moda, elas querem seduzir”. Com essa frase, Yves Saint-Laurent resumiu o sentimento da nossa geração. Ganhar pelo olhar, pelo gesto, ser inesquecível. Um sonho hoje possível, mas não acessível a todos.
Seduzir passou a ser não só um hábito, mas uma condição de vida. Em maior ou menor grau, não é sobre ser aceito que estamos falando, é em como deixamos a nossa marca diante da concorrência. Especialmente entre os mais jovens, é comum a angústia de não se ter uma fila de pretendentes, de não ser o preferido do chefe ou de estar correndo atrás de alguém que não lhe quer (da mesma forma ou de nenhuma forma).
Estar magro, fazer esportes, ser agradável e cordato. Qualidades e práticas básicas significam mais do que são. Claro que existe o benefício de certas ações. Aliás, quem não quer estar abaixo do peso? Mas o seu espectro também pode ser para a vox populi: o comentário geral, dos amigos, dos parentes.
O ritual de sedução tem a ver com o desejo. “O desejo de ser desejado” - motivação básica do ser humano - segundo Heidegger. O medo é que aos poucos percamos o sentido da própria existência, esquecendo que nós é que devemos ao mundo e não o contrário.