Proust, por Jacques Émile Blanche
Proust é o autor de “Em busca do tempo perdido”, coletânea de sete livros no qual narra diversas histórias de auto descoberta, com os personagens que de tão ricos emocionalmente, acabam por nos dar uma lição de humanidade.
Apesar do livro incontestavelmente incrível, um dos maiores, aliás, e da sua escrita magnificamente elaborada, esse é um caso em que a obra é maior que o autor. Marcel Proust é, diferente de outros pensadores, uma pessoa normal. Ele não viajou por muitos lugares como Verne, nem tinha fama de conquistador como Byron, pelo contrário, foi tão perdedor quanto qualquer um de nós pode ser.
Até os 28 anos não tinha vida afetiva, nunca trabalhou, era doente e também extremamente hipocondríaco. Pouco sociável, frequentava alguns bailes no hotel Ritz em Paris, mas sempre ficava aos cantos. Era super protegido pelos pais, o que lhe fazia mimado às vezes, apesar de bom amigo.
Uma das suas grandes qualidades, reconhecida por amigos em cartas, era mesmo compreender as pessoas. Sempre delicado, ouvia tudo pacientemente e nunca exigia dos outros o que ele já tinha. Uma mente rica em cultura e conhecimento, conversava muito com o seu motorista. Mesmo após o sucesso, nunca menosprezou um bom diálogo com quem quer se fosse. Até com sua empregada “que não sabia que Bonaparte e Napoleão eram a mesma pessoa”. Talvez esse seja o segredo da genialidade. Ser quem você é e não exigir nada dos outros.
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