Feb 16, 2010

Alguns conseguem...não fazer drama


Gabourey Sidibe, a Claricee do filme “Preciosa”: sofrer é pouco

O drama frequentemente obscurece as questões reais. Isso é um fato mais do que evidente na história das relações. Aliás, o que seria do sofrimento sem o drama? Uma noiva sem um vestido, um toureiro sem o lenço vermelho, um choro que não derrama nenhuma lágrima.

Sofrer é inerente à condição humana, mas sua demonstração não. Dependendo da cultura, assistimos inesquecíveis formas de interiorização das emoções (vejam os budistas) como também podemos testemunhar verdadeiras indústrias de lenço de papel e água com açúcar. Passar por passagens lamentáveis na vida é uma questão de como aprendemos a ultrapassá-las, uns com muita e outros com nenhuma elegância.

Expressar os sentimentos é importante, mas podemos ter diferentes paradigmas. Ouvir toda a vizinhança em coro uníssono quando se termina um relacionamento pode ser brega, mas é mais confortável e sempre teremos um ombro amigo. Enquanto os outros, os que enfrentam solitariamente uma “coroa de espinhos”,podem querer esperar que os outros também o façam e negar-lhes compaixão. Isso é relativo.

O importante é reconhecermos nas tragédias o que fica e, reativar o mais depressa possível. Não significa que não devemos chorar os mortos nem deixar de assoprar as feridas, mas é um dom saber passar por isso sozinho.

2 comments:

  1. Ter compaixão é ser solidário...Faz (ou precisa fazer) parte da natureza humana. Se tirarem isso, é melhor que o mundo acabe.
    É verdade que há pessoas que precisam gritar para se fazerem ouvidas e terem atenção...Outras conseguem passar pelo sofrimento caladas.
    O mais importante é respeitar "a idade emocional " de cada um.
    Sempre digo que aquelas que gritam aos vizinhos quando um namoro acaba são como crianças. Precisam chorar alto para chamar atenção. Aquelas que passam pela dor caladas são mais adultas. Sabem que a vida tem seu peso de dor e carrega-o conscientemente. dividem a dor somente com os amigos mais íntimos.
    Esses "adultos" só não podem achar que a forma discreta deles chorarem sua dor é a mais correta ou a única. Precisam ter compaixão daqueles que choram alto e esperneiam.

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