Sempre fui do contra a tudo o que diz respeito às cotas raciais em universidades e estabelecimentos de ensino público no Brasil. Sempre achei que a inclusão se faz através da ampliação dos benefícios e não da exclusão de parte dos beneficiários. Sem falar que no Brasil, o pobre é o que mais sofre, seja ele de qual cor for.
Continuo achando isso. Porém, depois de uma observação mais critica da nossa realidade atual, refletindo melhor sobre o assunto e sobre o universo ao meu redor, percebo que as coisas não são bem assim. Há racismo no Brasil e ele deve ser combatido através das famosas “ações afirmativas”.
Ação afirmativa é quando você reage a uma norma ou realidade vigente mudando as regras do jogo. Neste caso, estamos falando sim de cotas, de inclusão, de favorecimento dos negros do país. Em detrimento de todo o mal causado pela escravidão? Sim, por que não? Mas não só isso. Precisamos punir o jeito fingido que o brasileiro trata o que não interessa à sua elite. O preconceito de classe também merece ser tratado, mas o do negro é realmente dilacerante.
O negro é sim discriminado hoje, mas na surdina, quase que na brincadeira. Basta ver as seleções de RH para grandes empresas. Basta ver os números de renda e emprego. Basta ver o simples fato de não haver afrodescendentes em pacotes turísticos, em restaurantes caros, dirigindo carros importados (sem ser motoristas).
Basta realizar que a exclusão é flagrante, só não percebe quem não quer. É a melhor forma de resolver? Não. Mas suscita o debate, as pessoas passam a enxergar o que até então é invisível.