Jul 26, 2008

Alguns conseguem...manter a proximidade

Toy vendo a janela - não muito longe de nós, humanos

Não sei se é impressão minha, mas vivemos uma época em que temos cada vez menos amigos, e aqueles a quem damos esta carinhosa alcunha, estão cada vez mais distantes. Há pouco tempo uma amiga me disse que não queria se aproximar de gente nova pois não tinha tempo para “doar” e que as pessoas cobram de você quando você oferece atenção. Fiquei me perguntando o quanto isso tem de “humanidade”. Ela está correta em dizer que só podemos prometer aquilo que temos condições de dar, entretanto, não estou certo o quanto posso subestimar a atenção que recebo de alguém. Não acredito que somos como um vale refeição, um ingresso para o cinema. Pessoas são mundos, já dizem todas as máximas filosóficas, e se nos afastamos de novas pessoas, fechamos portas,eliminamos possibilidades; Fazemos o nosso mundo, imperfeito, o cubículo apertado onde passaremos o resto da nossa breve vida.

De certo, temos muitas pendências formais atualmente: contas pra pagar, chefe pra satisfazer, namorados para agradar (ou vice-versa). Mas temo que seja por aí que comece a nossa miséria. Nem precisa dizer que trocar um café num fim de tarde com alguém interessante por colocar a roupa na máquina é no mínimo humilhante; É como se disséssemos aos nossos sentimentos: o último que sair, apague a luz.

Jul 13, 2008

Alguns conseguem...viajar

Pirâmide de Giza, Cairo.

Um dos dinheiros mais bem empregados da sua vida será em uma viagem. Poucos irão reconhecer isso. Burlar o prazer instantâneo de um celular, o conforto de um carro novo ou a segurança de um apartamento não é tarefa fácil. Não estou dizendo para abolirmos nossos bens duráveis e partirmos juntos numa grande viagem ao redor do planeta Terra; Mas que não pensar no nosso dia-a-dia mais banal quando planejamos o uso do dinheiro é algo que só os espíritos livres conseguem fazer. De certo há uma lógica nisso: quero construir, quero ser independente, quero que as pessoas vejam o quanto ganho, é comum ouvir isso.


Entretanto, o investimento em saúde espiritual é algo até hoje não mensurado pelos especialistas, mas se fosse, teríamos um susto. É notório perceber quem tem ou quem não tem uma experiência bacana de vida. É claro que você pode ser uma pessoa incrível sem nunca sair do seu habitat, mas não contando com exceções e personagens que só aparecem de tempos em tempos, ao abrir a boca é fácil distinguir o que é e o que não é interessante. Quem é “João Marcelo” ou quem é “Ragathan”. Você terá uma vida deslumbrante se pelo menos de vez em quando arrumar as malas e for até a esquina e pegar o primeiro ônibus, o avião ou trem. O meio não importa. Se pensarmos bem, Para quê nós vivemos? Para atender a quem? A ninguém. Vivemos para experimentar, para testar a nossa enciclopédia sensorial. Viajar é dar um impulso à isso. Ao novo, ao que está por vir, ao que só você conhece. O mundo se descortina de uma forma impensada. De repente, a vida pode ser uma viagem, cujo destino já sabemos qual é.

Alguns conseguem...viajar

Pirâmide de Giza, Cairo.

Um dos dinheiros mais bem empregados da sua vida será em uma viagem. Poucos irão reconhecer isso. Burlar o prazer instantâneo de um celular, o conforto de um carro novo ou a segurança de um apartamento não é tarefa fácil. Não estou dizendo para abolirmos nossos bens duráveis e partirmos juntos numa grande viagem ao redor do planeta Terra; Mas que não pensar no nosso dia-a-dia mais banal quando planejamos o uso do dinheiro é algo que só os espíritos livres conseguem fazer. De certo há uma lógica nisso: quero construir, quero ser independente, quero que as pessoas vejam o quanto ganho, é comum ouvir isso.


Entretanto, o investimento em saúde espiritual é algo até hoje não mensurado pelos especialistas, mas se fosse, teríamos um susto. É notório perceber quem tem ou quem não tem uma experiência bacana de vida. É claro que você pode ser uma pessoa incrível sem nunca sair do seu habitat, mas não contando com exceções e personagens que só aparecem de tempos em tempos, ao abrir a boca é fácil distinguir o que é e o que não é interessante. Quem é “João Marcelo” ou quem é “Ragathan”. Você terá uma vida deslumbrante se pelo menos de vez em quando arrumar as malas e for até a esquina e pegar o primeiro ônibus, o avião ou trem. O meio não importa. Se pensarmos bem, Para quê nós vivemos? Para atender a quem? A ninguém. Vivemos para experimentar, para testar a nossa enciclopédia sensorial. Viajar é dar um impulso à isso. Ao novo, ao que está por vir, ao que só você conhece. O mundo se descortina de uma forma impensada. De repente, a vida pode ser uma viagem, cujo destino já sabemos qual é.

Jul 5, 2008

Alguns conseguem...ser xenômanos

Jovens em Tóquio, sempre xenômanos

Xenomania é a devoção por tudo o que é estrangeiro, é supervalorizar o importado acima de qualquer equivalente nacional (produtos ou pessoas); é rejeitar a sua mais local referência, seria o contrário de “senso de lar.”Porque algumas pessoas são xenômanas? Por várias razões. A Economia é uma boa desculpa; inflação alta, desemprego retumbante, imagens miseráveis do País rodando a imprensa no mundo, sou brasileiro?.Passar na imigração em qualquer visitinha internacional? Ficar em fila separada? Imagina, não tem preço. Quem não quer ser beneficiário da burocracia anti-imigratória dos países ricos? O bizarro começa quando apenas esses países (desenvolvidos) são a alma-mater, o chamariz de filhos pródigos.Nunca vi ninguém se dizendo herdeiro africano e querendo passaporte angolano, apesar da África ser a segunda “origem” brasileira.

O certo é ser nacionalista? Não necessariamente. Ninguém precisa ser Policarpo Quaresma, o bonito em uma cultura é a sua afirmação, a sua identidade. Dá pra viver num mundo globalizado, lidando com conceitos e consumindo produtos estrangeiros sem ter que tocar fogo na bandeira nem querer ser aquilo que consome. Quando o olhar além mar é levado ao extremo, temos uma atitude chata arrogante. Primeiro porque nasceu no Brasil é Brasileiro, na Argentina, Argentino. Não dá pra mudar. Exceto aqueles que se mudam do país com 5 anos de idade e não voltam nunca mais. Qualquer coisa diferente disso, vira patético. Por mais que existam comunidades estrangeiras no Brasil, especialmente formadas por ex-imigrantes, é óbvio que um país grande como nosso tem condições indiscutíveis de absorver e transformar esse povo. Tive um amigo que ao tirar um passaporte italiano foi à Itália para turismo e questionado pelo dono da pousada em que ficou, de onde era, ele respondeu: “da Sicília” (região de onde vieram seus avós), a resposta do velho: “com essa cara de brasileiro?”.