Para contrastar com a atualidade, uma imagem de crianças felizes no Haiti
Falar do Haiti infelizmente já virou lugar comum. Já habitou-se ver nas primeiras páginas dos jornais fotos escandalosamente dolorosas, pessoas em pânico, muita gente nas ruas e faminta. Isso pode não chocar aos pragmáticos, tamanha a urgência dos fatos mostrados e uma certa banalidade da forma que tudo é exposto. Por outro lado, desencadeia uma corrente de desesperados, que com razão, querem de alguma maneira ajudar.
De qualquer forma, ao ler os depoimentos de jornalistas que estiveram lá e de voluntários, é notório que só estando lá para se ter a real perspectiva do que é um terremoto de grandes proporções que acontece num lugar pobre e caótico. É quase impossível para a maioria de nós, no conforto de nossas cadeiras de escritório, ter sequer uma idéia do que ocorrido, nem no nosso sonho mais escabroso.
Sempre me pergunto se eu conhecesse um haitiano o que lhe diria neste momento. Não sei. Talvez nada, pois é um nada que se cabe dizer nesta hora. Não só neste exemplo, mas quando uma mãe perde um filho jovem em um acidente, um pai de família que se vai por motivos sórdidos, alguém assassinado em um semáforo. O que dizer nesses casos? É impossível sentir a dor alheia, isso é fato. Então, melhor calar e respeitar o momento; ele há de passar, nem que dure anos, como será com a reconstrução do Haiti.